Texto por Luciana Bernardes
Na hora de escolhermos o terreno, é comum a preocupação com a posição do mesmo em relação ao sol, ainda mais em imóveis de temporada.
Muito se fala que a melhor orientação solar seria a Norte – para quem está no hemisfério Sul –, pois teremos sol durante o inverno e no verão, se houver um beiral, conseguimos sombrear as aberturas.
Outras informações como a orientação a leste ser favorável para dormitórios; oeste com o sol da tarde sempre muito quente; e sul com pouquíssima incidência solar, também são verdadeiras.
Então, qual a melhor orientação solar para a escolha do terreno? A resposta é depende. Isso, porque, antes de determinarmos qual é o melhor terreno ou projeto, dependemos da análise de outros fatores como:
- Entender quem é esse cliente e como ele deseja utilizar a casa;
- Entender o terreno e qual a topografia, orientação solar, o entorno (vizinhança, vistas e paisagem, fluxo da rua), etc;
- Entender as legislações e normas construtivas como recuos, taxa de ocupação e permeabilidade. Isso influencia totalmente na ventilação e iluminação natural e resulta em condição de conforto;
- E principalmente entender o clima e suas variáveis como temperatura, umidade, chuva, vento e insolação.
Por isso, é tão importante visitar o terreno e fazer o levantamento in loco, pois, adequar a arquitetura ao clima local, buscando através de diretrizes construtivas e estratégias bioclimáticas para atingir condições da zona de conforto, é uma prioridade para o arquiteto(a).
Vale ressaltar que o Brasil é divido em zonas bioclimáticas que direcionam para estratégias e diretrizes construtivas determinadas em normas técnicas. Há alguns aplicativos que auxiliam essa etapa, dos mais simples ao mais tecnológicos, da simples bússola aos simuladores da trajetória solar.
Especificamente sobre Panorama, a cidade está inserida na zona 6 do zoneamento bioclimático e em análise dos dados climáticos em relação a zona de conforto térmico humano é obtido 32% do ano em desconforto por calor.
Neste caso, se faz necessário um estudo de insolação como ferramenta no desenvolvimento do projeto evitando aquecimento da edificação, entre outras estratégias, como sombreamento das aberturas, ventilação cruzada, resfriamento evaporativo e inércia térmica para resfriamento.
Retornamos com a palavra DEPENDE ao nosso texto. Com todos esses levantamentos e conhecimentos de estratégias projetuais, dependemos do cliente e da posição do terreno para iniciar o projeto e setorizar as áreas determinadas aos dormitórios, serviço, ambientes sociais e lazer, e alcançar os melhores resultados para o projeto.
Mas uma coisa é certa: a importância de ter um profissional da área para acompanhar todas as etapas da obra, desde o seu planejamento até a sua execução, para garantir sua satisfação na execução do projeto e do seu sonho.
Luciana Bernardes é graduada em Arquitetura e Urbanismo e em Design de Interiores, ambas pela Unoeste de Presidente Prudente (SP), e também é especialista em Arquitetura de Interiores – Unopar Londrina (PR).
